De que me serve a tua presença no meu funeral? De que me serve a tua homenagem póstuma se não presenciaste a minha vida? Não interrompas a tua rotina agora que não estou. Não larques tudo, não corras. Não honres a minha morte com a tua presença, mantem-me no esquecimento pois agora já nada há a fazer. Não venhas esbaforido como se a tua vida tivesse acabado. Só eu acabei. Não corras. Não venhas. Agora que tudo acabou, agora que nada há a fazer; agora sim, podes adiar, agora podes adiar eternamente. Agora podes tornar a tua rotina o mais importante. Sim, agora. É agora! É agora que podes não ter tempo, ou vontade ou dinheiro. É agora!
Ou então, vem!
Mas não digas que é por mim, não digas que vens para mim. Não digas que te vens despedir. Não justifiques as tuas lágrimas com a minha ausência pois eu já não estava em ti há muito. Não me acuses da tua dor ou solidão. Eu já não estava em ti há muito. A tua solidão é tua. A minha companhia, o meu cheiro, o meu barulho, há muito os demitiste. Agora é para sempre, só isso.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
lalalala