
Sentado no sofá deixo a cabeça voar e ela sobe em direcção ao tecto e ela desprende-se do corpo.
E é nessa altura que penso em vestir-me como tu, mas isso não me faz ser como tu.

Sirvo-me de mais um chá. Não consigo abandonar os meus pensamentos, mesmo com a cabeça a bater no tecto como um balão. Tento recordar a tua cara mas não consigo.

Só me lembro do homem que vi hoje no comboio. Saiu 5 paragens antes de mim.

O sono não chega e a vontade de ir para a cama está longe. A cama já não é o meu descanso, a cama é onde os pesadelos me perseguem e o cansaço impede-me de abandoná-la. Não percebo isto.
O meu corpo já não responde como antes, com a idade está a ficar caprichoso.
Odeio esta palavra!
Eu sei que ele me espera no jardim. A espera é longa e ele ficou velhinho sem se aperceber. Ninguém lhe diz.
Vive enganado, o velho...

E tudo se passou numa conversa de café no Domingo de manhã.
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lalalala